Pensamentos natalícios de um homen que foge
Mais uma vez, a sétima consecutiva, o meu Natal foi escuro e cinzento; mas desta vez, pelo menos, uns nevoeiros esclareceram, e muitos pensamentos e situações apareceram mais evidentes e manifestos.
Provavelmente não era assim tão preciso voltar p'ra casa p'ra perceber que isto tudo não é nada mais que uma patetica fuga...
E não era preciso tocar com mão mais uma vez as rações -confirmações- que tenho para fugir.
Mas pensei tantas vezes que a minha fuga encontra a sua inspriação num sentimento de liberdade, numa negação de mim elevada ao maximo nivel (como disse a Alessia, provavelmente sem falhar muito) para derrotar eu mesmo e construir-me de novo, no precisar de estimulos diferentes e viver uma vida intensa.
Nada disso todo.
Simplesmente, há dez anos que tento de fugir da XXX.
Há dez anos que tento de ir o mais longe possivel de alguém que entrou na minha vida e só trouxe delírios, dores, preocupações, obtendo como resposta só infinito amor e amor e amor.
E tentei em todas as maneiras de esquecer-me.
Tentei de encontra-la nos olhos das outras, tentei de encontra-la em mil e mil paixões momentaneas, tentei de encontra-la no alcól, nos paraisos artificiais, em caixinhas e folhas cheias de palavras que nunca ninguém lerá, em objectos grandes e pequenos, em mares, em canções tristes e alegras, em abraços, em viagens, em leituras, em conversas infinitas.
E ela sempre esteve aí. Aí, a dizer que eu sou isso, que sou aquilo. Que sou o que ela mais gosta, a melhor pessoa do mundo, pelo menos a mais profunda. Que tenho tanto, que não tenho que deitar-me p'ro lixo por causa dela. Que tenho Portugal, que sou inteligente e brilhante. Até disse que sou lindo e que não me merece.
E porquê não, então.
Porque não sabe. Porque eu sou quem lhe disse as palavras mais lindas nas alturas nas quais ela precisava mais, que sou o seu anjo e que sempre estive ao seu lado.
E isso é bue.
XXX ficará sempre o simbólo mais claro da minha falência. O simbolo da minha fuga do vazio que sempre tive, e que tentei encher em todas as maneiras que inventei, em todos os lugares onde eu estive; para continuar a dar voltas num círculo que trouxe-me ao mesmo ponto de partida.
Uns segundos de orgasmos, para sentir um vazio ainda maior.
E por quanto fujo, ela sempre volta, está nas minhas costas, oferece-me as mãos da morte interior, que torna-se ainda mais evidente na tristeza profunda que tenho na cara e que não tenho mais alguma ração para oculta-la. Para evita-la.
Fugindo mais uma vez.
Em Português, para cantar uma canção mais triste.
Para fechar a boca e ninguém perceber.
Porque quem percebeu, provavelmente, não precisava de ouvir isso.
Bom Natal, António.
Provavelmente não era assim tão preciso voltar p'ra casa p'ra perceber que isto tudo não é nada mais que uma patetica fuga...
E não era preciso tocar com mão mais uma vez as rações -confirmações- que tenho para fugir.
Mas pensei tantas vezes que a minha fuga encontra a sua inspriação num sentimento de liberdade, numa negação de mim elevada ao maximo nivel (como disse a Alessia, provavelmente sem falhar muito) para derrotar eu mesmo e construir-me de novo, no precisar de estimulos diferentes e viver uma vida intensa.
Nada disso todo.
Simplesmente, há dez anos que tento de fugir da XXX.
Há dez anos que tento de ir o mais longe possivel de alguém que entrou na minha vida e só trouxe delírios, dores, preocupações, obtendo como resposta só infinito amor e amor e amor.
E tentei em todas as maneiras de esquecer-me.
Tentei de encontra-la nos olhos das outras, tentei de encontra-la em mil e mil paixões momentaneas, tentei de encontra-la no alcól, nos paraisos artificiais, em caixinhas e folhas cheias de palavras que nunca ninguém lerá, em objectos grandes e pequenos, em mares, em canções tristes e alegras, em abraços, em viagens, em leituras, em conversas infinitas.
E ela sempre esteve aí. Aí, a dizer que eu sou isso, que sou aquilo. Que sou o que ela mais gosta, a melhor pessoa do mundo, pelo menos a mais profunda. Que tenho tanto, que não tenho que deitar-me p'ro lixo por causa dela. Que tenho Portugal, que sou inteligente e brilhante. Até disse que sou lindo e que não me merece.
E porquê não, então.
Porque não sabe. Porque eu sou quem lhe disse as palavras mais lindas nas alturas nas quais ela precisava mais, que sou o seu anjo e que sempre estive ao seu lado.
E isso é bue.
XXX ficará sempre o simbólo mais claro da minha falência. O simbolo da minha fuga do vazio que sempre tive, e que tentei encher em todas as maneiras que inventei, em todos os lugares onde eu estive; para continuar a dar voltas num círculo que trouxe-me ao mesmo ponto de partida.
Uns segundos de orgasmos, para sentir um vazio ainda maior.
E por quanto fujo, ela sempre volta, está nas minhas costas, oferece-me as mãos da morte interior, que torna-se ainda mais evidente na tristeza profunda que tenho na cara e que não tenho mais alguma ração para oculta-la. Para evita-la.
Fugindo mais uma vez.
Em Português, para cantar uma canção mais triste.
Para fechar a boca e ninguém perceber.
Porque quem percebeu, provavelmente, não precisava de ouvir isso.
Bom Natal, António.
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